“N” é o resultado de um desejo inerente de resgatar um sentimento abandonado: “a esperança”. Tendo como inspiração a história de Anne Frank, garota judia refugiada durante a segunda guerra mundial, a Companhia pretende reascender a chama da existência. Pois enquanto há um segundo de vida ainda há vida. Portanto, faz-se necessário falar ao homem. Abrandar a caminhada estreita e severa que viemos enfrentando ao longo dos tempos. 

Numa concepção estética delineada por três figuras humanas que perambulam em fuga, carregando consigo suas casas, e a inesperada aparição de um quarto personagem, a encenação se desenrola de forma ilusionista aos olhos do espectador. 

 Com a visão poética característica da Companhia, a maneira particular e delicada da direção de tocar em temas profundos, o mergulho na pesquisa de elementos do teatro de objetos e bonecos, a montagem se concretiza como uma união de ideias e expectativas na busca por um mundo mais humano. 

Assim, a plateia se deparará com um espetáculo singular, objetivo e sensível, pelo qual não passará inócua.