27 de Agosto de 2021
Neste dia nos foi solicitado que trouxéssemos um cabo de vassoura para a sala de trabalho.
A primeira coisa que se imagina num encontro é que os cabos serão lançados em jogo. Mas não foi o que ocorreu. Porque o foco inicial do trabalho não está na relação com o outro, mas sim na relação consigo mesmo.
O cabo é um objeto simples, leve e corriqueiro, mas a forma, a condução do treinamento muda tudo, amplia tudo. O cabo jamais deixará de ser um cabo. Mas na nossa relação com ele, diversas descobertas aconteceram. Do mesmo modo, de leve ele chegou a tornar-se pesado, intenso, dolorido e até mesmo um dispositivo de massagem.
As provocações foram inúmeras, todas pautadas numa conexão física com o objeto. Ele nos deu eixo, tensões, relaxamentos, alinhamentos, vetores, equilíbrio, concentração, alongamento...tantos são os elementos capazes de serem trabalhados e que nos foram acometidos, que páginas e páginas não seriam suficientes.
Acredito que é aí que mora uma das mais importantes molas propulsoras do trabalho. Ativar nossa percepção. Há sempre muita coisa acontecendo. O corpo é um acontecimento. Nós precisamos urgentemente ampliar nossa dimensão física. Esse trabalho está muito além da descoberta de habilidades. É nos alicerçarmos na busca de uma consciência plena. E nunca mais seremos metade.
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